domingo, 15 de fevereiro de 2009

Brainwash USA

Não gostaria de ter nascido nos EUA. Quando mais conheço, menos aprecio.
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Se já desconfiava de todo o seu sistema de eleição e de democracia, estar a ver pela primeira vez os documentários/filmes de Michael Moore a passar na RTP2 só vem ajudar a aumentar essa impressão. Acho que qualquer mente desprevenida, alienada para a política como a minha tende a ser, acaba por despertar para alguma coisa. Sendo assim, onde está a reacção do povo americano? Onde estão as vozes dissidentes? Onde está a voz do povo americano?
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Nunca compreendi como pode George Bush ter sido reeleito. Mas sempre estive por fora de tudo o que fosse assunto político. Por isso, não sabia da missa metade. Agora que estou a entender melhor apavora-me mais ainda! Como pode, o auto-intitulado «melhor país do mundo», o «mais democrático», o mais «livre», não reagir a todas as incongruências expostas? Como pode o povo realmente eleger um palhaço? Um indivíduo que facilmente se percebe que nem sabe articular duas palavras correctamente? Que inúmeras vezes demonstrou não saber o que está a fazer?
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Já parece um comprado! Nem é preciso ganhar essa noção através deste tipo de documentários. Ela chega até nós sozinha, tal a clareza daquilo que se observa! E onde está o povo americano? Decerto existem pessoas lá que, tal como aqui e em qualquer lugar, estão a ver o mesmo que eu. Um presidente imbecil, uma série de contradições e pistas de falcatruas. Não é possível, não posso acreditar, que o povo americano tenha realmente arriscado, quando tantas dúvidas surgem no horizonte.
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Acredito que a maior e mais eficiente «lavagem cerebral» feita às massas acontece mesmo nos EUA. Qual Coreia do Sul, qual China ou outro qualquer país comunista! O EUA é o país mais bem sucedido no que respeita a lavagens cerebrais às massas, controlo dos Media e da Economia. O povo julga-se livre porque pode votar, falar o que quiser, ir onde quiser, fazer o que quiser... mas realmente... quem é livre e faz ou pensa por si, quando todos os dias escuta apenas o que outros querem que oiça? Quando vota mas de nada adianta porque o vencedor já foi escolhido?
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Acredito que muitos também pensam assim. Muitos americanos, quero dizer. Mas estas vozes são abafadas. Se se tornarem muito incomodativas, serão bem eliminadas, num «corte» limpo, que nem sempre tem de ser um belo assassinato, como aconteceu com o presidente Kennedy- grave acontecimento misteriosamente ainda por resolver.
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O recurso mais utilizado por quem detém o poder e puxa todos os cordelinhos, é a difamação e a mentira. Desde que o mundo é mundo, que este é o recurso mais utilizado. É tão fácil... -aquele ali é simpatizante do inimigo! - e pronto! Já está.
As pessoas têm de pensar mais por si mesmas, e menos por influência da propaganda.
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Mas talvez seja difícil. Não esqueço que quando se conjecturava se os EUA ia abrir guerra ou não, defendi que não o deveria fazer. Se não tive dúvidas, a maioria dos restantes inqueridos tinha. Segundo aquilo que ouviam, e depois do 11 de Setembro, acreditavam que talvez fosse o único passo a dar. E não conseguiam decidir-se. Não viam ou conjecturavam uma alternativa. Este é o tipo de pessoas que segue o que lhes é dito, que precisa de seguir um lider. E é a maioria. Logo, é muito fácil, como a história já veio a comprovar com Hitler, fazer com um uma massa de gente faça e pense aquilo que terceiros desejam e nada mais.
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Outros diziam imediatamente sim à guerra. Sem pensar na morte, na destruição, nas implicações do acto em si. Esta discrepância e diferença de opiniões assustou-me um pouco. Vivo num país em que os da minha geração pouco sabem sobre guerra. Fomos responsáveis por umas até há 35 anos, mas à distância. Estes dramas são do nosso conhecimento. Não somos um país fechado e centralizado, muito graças ao fim do antigo regime. Mas são crimes que não fazem barulho à nossa porta. E isso influencia a formação das opiniões. Poucos sabem medir consequências quando não as sentem na pele.
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Certamente que muitos americanos também pensam assim. As suas vozes porém, não predominam. E assim, não acredito mais na democracia americana. Bush ser presidente por duas vezes é simplesmente inecreditável. Não pode ter sido a vontade do povo americano. Não pode... a menos que a lavagem cerebral sofrida por meses e meses de estúpida propaganda crie esse resultado. Existem inúmeras suspeitas de corrupção e o tipo volta a ser eleito? Quando logo na primeira eleição já foi acusado de ter feito batota? Isto não faz sentido num país democrático.
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A meu ver, este tipo de política repete-se mandato atrás de mandato, excepção feita para Clinton. Os dois Bush e Ronald Regan não tinham perfil para o cargo que ocuparam. Nem o actual tem. Mas como agem os americanos? Por favor, seja lá qual for a opinião de cada um, acho bom que tenham fé mas NUNCA deixem de questionar quem vos governa. Ao fazê-lo, já estão a matar a liberdade.
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Palavras ocas. Cada vez que oiço Bush em qualquer discurso, tudo o que vejo é um acto de má representação, cheio de palavras ocas que não são sentidas (ou entendidas) após pronunciadas.
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Não coloquem um presidente no papel de super-herói e jamais deixem de questionar as suas decisões.

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