Metereologia 24 h

quarta-feira, 10 de setembro de 2025

Estou na Berlenga Grande!

 

E estou a adorar.

Mais tarde tentarei publicar uma mini-toor do que esperar se desejarem visitar este lugar. 

Sabiam que desconhecia a sua existência de todo até há uns meses? Pois é!

É uma ilha reserva natural de Portugal e acho que é muito pouco divulgada. Pois como lisboeta não me recordo de falarem dela. Se bem que o nome Berlengas me diz algo... Mas posso estar a confundir com Bermudas😂

Apesar de achar que é pouco divulgada, mesmo estando a visita-la já no que chamam época baixa, a ilha está cheia de turistas. 

Aqui vão umas informações importantes e dicas:

É preciso se registar no site Berlengas pass, indicar o dia de visita e pagar 3 euros. O governo controla o número de pessoas que entram na ilha de uma vez, para que não interfira com o habitat natural. O limite está nas 550 pessoas por dia.

Se não conseguir se registar, não tem problema! Embora seja super simples. Porque podem-lhe fazer isso quando comprar o bilhete de viagem de barco.

Apenas outra dica: se se registar mas decidir marcar só quando tiver certeza do dia de visita e efetuar o pagamento, use o mesmo aparelho elétronico onde se registou. Eu não consegui de jeito nenhum entrar novamente para pagar. Me pede para recuperar a password indicando o email e depois diz que o email não está registado. Mas se for tentar abrir nova conta com esse email não deixa, diz que o email já existe. 

Existem diversas companhias de barcos que fazem a travessia de Peniche às Berlengas. Os preços são parecidos. Esteja preparado para abrir a bolsa 👜. Pode não ser muito barato para quem ganha um ou dois salários mínimos.

A companhia que usei disse cobrar 25 euros para ir e voltar nesta altura do ano. Mas depois tem os extras. Se a pessoa desejar uma visita às grutas num barco panorâmico (fundo de vidro) o custo é de 35 euros. As companhias levam os turistas em horários específicos. Num total de 4 horas de visita, incluindo a hora para as travessias. Se for a ver tem de "correr" para visitar a ilha. Garanto que não vai dar. Se vai investir para conhecer um lugar tão interdito, o meu conselho é que passe uma ou mais noites. O local. Pois só para caminhar do cais do bairro dos pescadores ao forte é, por terra, coisa de 50 minutos. Qualquer caminhada na ilha vai levar tempo. Até porque vai querer parar para apreciar a vista. Por isso, quatro horas não chegam. Porque uma é para a travessia, 30 minutos ou mais é para estar antecipadamente no local de recolha e fazer o "check-in", uma hora para andar do cais ao forte... Ainda vai querer sentar na única praia acessível da ilha, conhecer o farol e espreitar as pontas da ilha. Isso leva um dia inteiro. 

Se é para ver, basta ir e voltar num só dia. Se é para conhecer tem de pernoitar pelo menos um dia e viver a experiência da Berlenga.

GRUTAS: Sim ou não?

A primeira coisa que precisa saber é que o passeio de barco é curto e rápido. Acho que demora uns 10 minutos. Não dá a volta á ilha, restringe-se pelo espaço entre o cais e o forte. Esse percurso direto, pelo mar, leva cerca de dois minutos, se tanto. Por terra são cerca de 50. E já digo porquê.

Sabe a pouco e é, de fato, pouco. A lancha leva cerca de 12 pessoas. Tente ser o último a entrar para ficar na frente.  Só você saberá se vale a pena mas, ainda que o tempo de viagem seja pequeno, é deslumbrante ver as águas a mudar de cor no interior da gruta e ver de perto as formações rochosas. Não espere ficar parado muito tempo debaixo de uma. É chegar e andar. Muitos barcos fazem o mesmo e é ver um atrás do outro, a espera, como a dizer, "saí daí que eu preciso entrar".

ALOJAMENTO:

Numa ilha onde não existe água potável, rede telemóvel (não é bem verdade) nem mercearias ou lugares onde comprar qualquer tipo de mantimentos (tem de se trazer tudo consigo). Tem três opções de onde ficar para dormir é muito vantajoso.

Mas atenção ao que descrevi acima. Não há água potável!! Mas não desespere. Existem estabelecimentos que vendem o mais básico e também o que é desnecessário. Refiro-me a bebidas alcoólicas, cuja variedade me surpreendeu. De resto pode encontrar sandes, saladas, bolos, salgados, chocolates, snacks como batatas fritas e barras de cereais e até gelados Olá. O tipo de coisa que não me tentou nem um pouco. 

Existe um restaurante na ilha. Pelo que pode sempre almoçar e jantar como um rei. Tudo na ilha custa mais caro que o habitual. Ainda assim confesso que já visitei cidades cheias de turistas onde uma simples garrafa pequena de água custava mais! Aqui compra 1.5 L por 5 euros.

Se estiver com sede vai ver que é uma Pechincha! 😂

PERNOITAR: opções:

1) Quartos com WC privativo e duche quente geridos pelo restaurante Mesa da Ilha.

2) Quartos com WC partilhado e duche frio com balde de água quente disponivel no Forte S. João, gerido pela Associação amigos da Berlenga

Ambos fornecem WiFi.

3) Zona para Parque de Campismo, gerido pela câmera de Peniche e pelo Turismo. Não faculta tendas nem WiFi(?). Tem contentores para despejar o lixo e não vi WCs, pelo que presumo que estão disponíveis os dos bairro dos pescadores/cais.  Que são os melhores. Três sanitas, dois sanitários. Só é permitido acampar durante um certo período de tempo. Algures entre Junho (?) e até 14 de Setembro.

Faz sentido, pois as condições atmosféricas mudam bastante por volta desta altura.


Seja qual for a opção escolhida, prepare-se para gastar dinheiro ou passar por privações. No Forte, por exemplo, tem de trazer TUDO consigo. Inclusive lençóis de cama. É capa de poder alugar uns. Tem de se informar antes. Não sei quanto pagaria mas se não quiser carregar lençóis ou sacos cama - a alternativa pode passar por aluga-los.

Conforme disse, seja qual for a opção de alojamento, o mais caro ou mais económico, gasta-se sempre mais noutros aspetos. 

Agora a dica mais importante: Está ilha não é para velhos!!!

Não é tanto a idade é mais a stamina. Andar é fácil. Mas nenhuma das escadarias ou ladeiras da ilha são fáceis. Sapatos confortáveis, que deixam os pés respirar, assim como roupa para caminhada faz diferença. 


quinta-feira, 4 de setembro de 2025

A Glória da Tragédia

 Acho que desde o incêndio do chiado em 1988 que Lisboa não tinha tido uma catástrofe tão chocante e tão marcante. 

LISBOA, Chiado, 25 de Agosto de 1988


Só sinto tristeza. 

              LISBOA, Calçada da Glória, 3 de Setembro de 2025




No incêndio de 1988 os riscos e danos foram imensuráveis mas materiais. Vidas, só uma pessoa e um bombeiro, infelizmente, morreram. Ontem, num simples instante, a vida de 16 foi ceifada e muitos outros ficaram feridos. Mas podia ter sido MUITO PIOR. Tivesse o ocorrido acontecido quando os dois se cruzam acima, a gravidade traria dos dois para baixo sem freios, a alta velocidade. Sem a existência da curva o eletrico de cima teria embatido no de baixo e a força da colisão teria arrastado os dois volumes que pesam toneladas para o meio da avenida da liberdade. Matando muitos mais.

RIP a todos. 
Os mortos já estão com o senhor, na sua paz. 

Aos sobreviventes, desejo que recuperem sem grandes problemas ou traumas. Mas isto foi traumático até para quem não estava no local. Isto é chocante.  


(Foram decretados 3 dias de luto)


sexta-feira, 29 de agosto de 2025

50 anos de Tubarão 🦈

 O filme que o cineasta Steven Spielberg rodou em 1975 está de volta ás salas de cinema. 

Qual? Não sabem? Este:

Por ocasião do seu 50* aniversário 🎂. Parabéns Jaws!

🎥 Quando surgiu foi um sucesso..e percebe-se porque. Até hoje se mantém actual embora a evolução do terror no género cinéfilo tenha evoluído para horror grotescamente inverossímil com muita violência e sangue a um ritmo separado por poucos segundos.

Fazendo com que o "story telling" de  Tubarão (Jaws) pareça "morno" por comparação.

Mas garanto-vos que ainda dei uns pulos da cadeira, ainda que soubesse cada cena e pudesse antecipar alguns diálogos.

É simplesmente UM PRAZER ver um filme com personagens tão bem desenvolvidas. Coisa rara nos filmes de hoje, em que só se dão ao trabalho de tornar abrangentes os personagens principais e ainda assim, fica muito por contextualizar.

Se valeu a pena ir ao cinema?

Acho que sim. Mas as expectativas estavam um pouco mais altas. O filme em si é a versão exata facultada para as televisões. Até o genérico final termina igual. 

Fui mais para viver a experiência do SOM abragente. Nesse aspeto é muito menos do que esperava, não existiu som surround. 

Alguém com um bom sistema de audio em casa conseguiria uma melhor experiência. Ainda assim o saldo é positivo. Não ia esperar outros 50 anos para poder ver o filme numa sala de cinema 🤣 😂.

Não estarei viva no seu centésimo aniversário. Mas o filme vai estar.

Acho que também pecaram por não soltarem nenhum tipo de merchandising. Afinal, são 50 anos!! Se existe filme a merecer merchandising era este.


Faz algum tempo que não ia ao cinema. De modo que fiquei um pouco surpresa por perceber que, para além de um pequeno balde de 🍿 custar quase 6 euros, agora também se vendem pizzas inteiras, hambúrgueres e noggets 🍔 🍕 🍗 entre outras coisas ao balcão da bilheteira. Além disso, tentam vender bonequinhos tipo o happy metal do McDonald's e copos com bonecos em cima ou gravuras do super homem ou com bonecos 3D a aludir ao parque jurássico -filme também em exibição (não recomendo gastar dinheiro neste).

Tudo serve para trazer mais lucro. Inclusive, exibir no cinema um filme de 50 anos sem incluir qualquer extra como depoimentos dos atores ou realizador. Podendo até subir o valor do ingresso por esse extra. E deixaram de fora a fasquia MAIS lucrativa de sempre: aquela que motiva adultos a gastar elevadas quantias de dinheiro em algo nostálgico.

O merchandising por nostalgia!!

As vezes atesto que os mais gananciosos que só pensam em lucros são burros que não sabem aproveitar uma óbvia oportunidade.


Pontos positivos: 

 🎬 Ver um clássico na tela do cinema


Pontos negativos:

🎥 Total desvalorização do marco de 50 anos de existência comprovado pela total falta de merchandising. (Produtos alusivos ao filme, como copos impressos, autocolantes, imans, canetas, etc)

 📽️ A ausência de homenagem ao incluir a exibição de alguns extras, como trivia, cenas cortadas, fotos de bastidores ou depoimentos


segunda-feira, 25 de agosto de 2025

Beleza da simplicidade

 

Um fruto bonito tanto inteiro como em casca.



Faz muito tempo que gostaria de ter uma plataforma só para fotos, vídeos e pequenos textos. Algo prático que se possa publicar em poucos "clicks".

Se fosse fazer no blogger tudo o que me apetece quando me dá vontade teria posts diários e alguns várias vezes ao dia.

Não creio que exista ainda o que tenho em mente.

Sugestões?

sábado, 16 de agosto de 2025

Conhecer lixo humano

 

Lembro de um vídeo de um conceituado jornalista da TV brasileira que, em off, criticou e rebaixou dois homens do lixo que tinham aparecido no segmento anterior, desejando à equipa e a todos um feliz natal. Os dois lixeiros, no seu uniforme, apareceram num vídeo deixando uma mensagem de felicitações. Em off, o apresentador comentou que só faltava aparecer lixeiros... se não tinham mais ninguém. Algo do género. 

«Que merda... dois lixeiros desejando felicidades do alto das suas vassouras... o mais baixo na escala de trabalho» - disse o jornalista Boris Casoy logo após se despedir e pensar ter ido para os comerciais. 

Aquilo vazou, caiu mal aos olhos do público e o apresentador teve de se retratar. Por "danos morais" causados, os dois lixeiros foram indemnizados. 

Isto só para contextualizar que, no Brasil, parece que ser lixeiro é algo mesmo desprezado. Não sei se só por uma elite besta e pedante, se por todos. Mas os chamados GARI - que até tem apelido próprio para isso - parecem ser considerados os MAIS BAIXOS posicionados na escala social. E por isso, é como se não fossem seres humanos?

Deus não faz distinção não... E quando sangramos, a cor é a mesma. Se um ricaço da elite for parar ao hospital - alguém como, sei lá, o tal jornalista Boris Casoy e precisar de transfusão de sangue ou de um orgão, o de um lixeiro negro, pobre, com vassoura serve tão bem quanto o de qualquer outro. E aposto tudo como não haverá, nesses contextos, esta arrogância e altivez de classe. De quem se julga moralmente ou intelectualmente superior apenas porque as oportunidades recebidas foram acima da média do outro. 


ESTA INTRODUÇÃO é para chegar aqui: 

Vejam a cara deste indivíduo: 


Parece um Clark Kent, certo? Bonitinho, sorriso conseguido no dentista, cabelo meticulosamente arranjado, imagem cuidada... diria que a única coisa mais alarmante seria o físico. Esse excesso de preocupação com a imagem projetada para o exterior e o empenho em atingir músculo. Porque para ser grosso assim deve envolver muito tóxico... e isso em si já dispara umas tantas bandeiras vermelhinhas bem grossas... Mas isso é suposição. 

O que importa é que registem o rosto dele. Detetam alguma coisa alarmante? Parece dócil, amistoso, simpático, certo?

Agora vejam este rosto aqui: 


Um cara comum, certo? Meio com cara e pose de bandido, assim de lado, mas isso é suposição. Tirando uma selfie a "bad boy" sedutor.. Reparem que também é musculado, mas parece ter músculo natural, daquele que é teu mesmo, fruto de trabalho do dia a dia e da genética. Procura cuidar da sua imagem o melhor que consegue, está feliz com o resultado e fica contente por poder exibir qualquer indumentária daquelas que fazem publicidade a nomes de marca. 

Marcas essas que conquistaram agora tanto o cliente de alta classe, para os quais costumava ser exclusivo, como o público de média e baixa classe, que economiza meses para comprar uma legítima mala vitton. Será que a classe alta se incomoda de ter perdido a exclusividade? Porque exibir-se em marcas de luxo era um diferencial social que representava status elevado. Uma forma de se colocarem no "mercado social" com uma etiqueta de preço de valor acima da média. Mas agora qualquer lixeiro pode usar ténis do Michael Jordan e T-shirts da Adidas... 



Bom, e agora temos lado a lado estes dois rostos. O do anjinho de couro de igreja, menino da mamã, obviamente à esquerda, e o wanna-be sexy bad boy. 

Pois deixem-me dizer-vos que um destes homens já não está vivo. Foi assassinado pelo outro. Os dois NUNCA se conheceram. Sequer trocaram uma palavra - ao que parece. Mas no instante em que se cruzaram, um matou o outro. 

Ah, gangs! Ah, a violência gratuita!!

Estão certos. Violência mais gratuita que esta não existe. Mas agora vamos ao contexto. 

O senhor da esquerda, de nome René da Silva Nogueira Júnior está vivo. Logo, é ele o assassino. Sim, assassino. Porque ele puxou de uma arma de fogo e simplesmente disparou no outro.  Laudemir - que assim é o seu nome - e só o nome próprio surgiu nas matérias que li, como se, no caso dele, por ser pobre, se dispensasse mencionar outros nomes e o apelido.  Laudemir estava a fazer o quê? Provocou? Insultou? Invadiu a casa do primeiro?

Não. Laudemir estava a trabalhar. Ao invés de Laudemir, alguma imprensa substitui seu nome por gari. Recordem acima... GARI significa pessoa que trabalha como lixeiro. O "mais baixo na escala"- segundo o jornalista Boris Casoy.

Fiquei ultrajada enojada quando li os contornos da situação. O senhor Júnior, «empresário» - que é a conotação laboral que hoje em dia todo o gajo que não quer nem trabalhar nem estudar no duro mas quer ter estatos dá a si mesmo (é como se saísse na rifa da farinha amparo) estava no trânsito e não conseguiu passar entre um automóvel e o camião do lixo - que ali estava a fazer a recolha. Não quis esperar. Estava apressado demais. 

Refilou e ameaçou se um tocasse no carro dele que lhe dava um tiro na cara. 

E o resto... é que fez isso mesmo. Matou a sangue frio a queima roupa um indivíduo que estava ali a fazer o seu trabalho. Foi Laudemir mas podia ser qualquer um outro. Foi o que estava mais próximo - disse a testemunha, a motorista do camião. 

Este DESDÉM pela vida de outra pessoa só porque ela trabalha na limpeza de lixo... revolta-me. Se querem saber o que é LIXO de verdade, LIXO humano, só têm de olhar para o rosto do sr. René da Silva Nogueira Júnior. Isso sim, é que é lixo, excremento. De que vale ter estudos (suposto), ter acesso a melhor condições de vida se... por dentro se é pobre? Se por dentro és um LIXO??

Tenho apreço por todos aqueles que todos os dias recolhem o lixo à porta de casa. Que recolhem nos contentores das ruas, que o recolhem das estradas, parques, por todo o lado. SEM ELES viveriamos como RATOS. Na imundice. Na imundice gerada, na sua maioria, por pessoas que acham que vieram ao mundo só para fazer lixo e que este "desaparece" por si só. 

Depois de matar a tiro, com a arma de fogo da esposa - uma delegada de polícia!! - o homem de 47 anos (nenhum mocinho) ainda foi para casa, passeou os cães e foi malhar na academia. Onde foi apanhado. 

MAS QUE É ISTO????
Então mata-se uma pessoa e é como se nada fosse??

Vai passear os cães???
Tinha pressa para isso? Para ir passear o cão e ir ao ginásio?

O desdém pela vida de alguém SÓ PORQUE ELE É GARI... 
Isto é desprezível. 

Pena máxima para criaturas assim. 

RIP Laudemir sem último nome.... 
Que a classe "mais baixa" no brasil seja respeitada como seres humanos que são!!!

Lembre-se que muitas pessoas que já estiveram no topo hoje podem estar em baixo e vice versa. Não é só nas novelas que devemos torcer para que a mocinha da Regina Duarte que perdeu tudo vença na vida. Temos de defender o correto sempre. O honesto. O certo. Os "César*" desta vida, têm de se dar mal. 


* Referência à trama da novela Vale Tudo

quinta-feira, 14 de agosto de 2025

Vejam e viralizem este vídeo aqui - está a bombar no Brasil por um bom motivo!

 



Espalhem este vídeo por todas as vossas redes sociais. Espalhem, falem dele, mostrem. 

sexta-feira, 8 de agosto de 2025

O ouro

 Passei por um outdoor de rua com os seguintes dizeres: "usado, velho, partido. Compramos".

E qual é o produto? OURO.

Dá-me um embrulho de repúdio ao ler aquelas expressões usadas com o intuito de diminuir o valor. Puro é sempre ouro. Não perde o valor. Não importa se está partido, usado ou muito menos se sé "velho". Pelo contrário: se for velho pode valer ainda MAIS que o valor do seu peso. Desde que tenha uma marca de alguma antiga confeitaria.

Numa ocasião na minha vida, entrei numa dessas lojas que dizem "compramos ouro". Levava comigo uma pulseira e um colar que queria muito vender porque não me diziam nada. E também uma pulseira de infância da qual não me queria desfazer mas levei a pensar se me traria mais valor.

Fiz isto por alguma revolta. Na altura fui trabalhar em navios cruzeiros por um contrato de 3 meses. É trabalho árduo, sete dias por semana, 12 horas de trabalho oficiais, 18 na realidade.

Fiz por curiosidade, vontade. Quando regressei a Portugal minha família me "presenteou" com a necessidade de se comprar um computador novo. E me disse para usar esse dinheiro.

Concordei mas me senti defradada. Nem pude sentir o dinheiro na conta. E estava novamente a zeros.

Por isso peguei naquele ouro que não me dizia nada - a pulseira é colar a combinar, mais um anel sem importância tudo compra recente de pouco mais ou menos de 10 anos com intenção de recuperar um pouco. A pulseira de infância não queria realmente vender. Peguei na câmera de fotografar e ampliei o símbolo cunhado no fecho. Depois pesquisei na internet. Tal como intui, ouro dos anos 70, 80, de qualidade, feito por artesãos e com mais valor por isso.

Cheguei a loja de ouro em Alvalade, Lisboa, entrei e achei estranho. Uma jovem mulher ao balcão. Mostrei-lhe o ouro que queria ver em forma de dinheiro: o colar e pulseira. Ouro reluzente 🌟, desse moderno, sem riscos, como que acabado de sair da vitrine. 

Não mostrou grande interesse nem pelo conjunto nem pelo anel. Sei bem... A arte de criar não lhes interessa. É tudo derretido para criar lingotes.

Mas aí veio a pulseira de infância... Ela pegou naquele óculo e tentou disfarçar o interesse. Mas insistiu em comprar aquela pulseira. Estava indecisa, não queria. Mas subitamente lembrei-me do computador e de como me impuseram sem perguntar que usasse o meu suado dinheiro para o comprar e, nesse impulso, disse que sim. Aquilo tudo deu uns 60 euros. Uma MISÉRIA. 

Ela passou-me o recibo 🧾 e eu saí da loja. Dei apenas uns passos não muito distantes e arrependi-me. Quis a pulseira de volta. Não queria o dinheiro. Voltei atrás só para me deparar com a porta fechada e a grade metálica corrida. Ela fechou a loja de imediato. Decerto para tratar toda empolgada do "achado" que acabara de fazer. 

Quis bater, devolver o recibo e pedir a devolução, dizer que mudei de ideias. Mas ela foi mais rápida que eu e assim que me viu atravessar a soleira da porta tratou de bloquear meu regresso.

Não sei porquê sempre fui assim... Deixar os outros me enganar. Sabia da presença da marca. Sabia que tornava a peça especial. Não seria decerto derretida. 

Contudo fiquei a aguardar que fosse ela a mencioná-lo. A ser honesta. Ela nunca mencionou mas só se empolgou com a compra depois de a ter visto. Nem queria saber do resto. 

Nunca mais irei vender ouro. E tenho asco deste tipo de engano a que tentam levar as pessoas mais bondosas a cair.

domingo, 27 de julho de 2025

Desfazendo Mitos


Aqui em Inglaterra as malas deviam pagar bilhete á parte. 


É que toda a gente que entra no autocarro com uma, por mais pequena que seja, a primeira coisa que faz é colocá-la num assento e ocupar o do lado.

Pode até ter apenas um fino casaco de malha. Não interessa: ocupa um assento. Um pequeno saco plástico com fast food? Tem o seu próprio assento.

Mas se pensam que, como em Portugal, muitos pegam logo na mala ou qualquer que seja o estorvo para ceder espaço aos passageiros que entram, estão muito enganados.

Aqui fingem-se de mortos. 

Olham para o lado, fechamos olhos fingindo dormir, tapam o rosto com a mão 🫱🏾 ou brincam com os telemóveis e fingem não notar.

Tem gente que viaja de pé 👣 só para não "incomodar" quem pagou bilhete para um mas ocupa lugar de dois.


Pois é...

Talvez no centro de Londres não seja assim. Mas aqui na periferia é o que descrevo.

Diz o imaginário coletivo que as pessoas a viver afastadas das grandes cidades são mais afáveis, cordiais, simpáticas e não perdem a paciência com tanta facilidade como os citadinos. É mito.