sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

Estética ou Cirurgia? - O que recomendo e porquê


Na sala de espera, é onde uma assistente nos vai abordar, para assinar-mos os termos. Basicamente, várias páginas a livrar a clínica de qualquer responsabilidade caso algo no tratamento corra mal. Também tem as perguntas médicas e se permitimos o uso de imagens, fotografias, vídeos nossos. Quis dizer não a tudo isso e escrevi NÃO. Porém, caso algo mau aconteça, a clínica está salvaguardada de responsabilidade. Uma metodologia cada vez mais comum.

Depois de me pedir umas doze páginas de análises - muitas pagas sem compartição, quando finalmente as fiz e fui entregar-lhe os resultados - fez pouco caso. Nem as viu. Fiquei logo aí um tanto incrédula: tinha-me dito que precisava de TODAS, porque tudo estava ligado entre si. Viu as banais, aquelas mais específicas não olhou. Então para quê mas pediu? E fez-me gastar muito mais dinheiro do que o necessário? Só em análises, julgo que gastei uns 90 euros- porque consegui que algumas me fossem passadas pelo médico de família, reduzindo assim os custos.

O tratamento passou também pela compra de uns 6 produtos para o rosto. Um deles, de uns 10 ml, com o custo de 100 euros. Nuna irei esquecer que, quando precisei de esclarecer uma dúvida e me disseram que, para falar com a doutora tinha de pagar novamente 100 euros por uma nova consulta - achei, claro está, uma prova de que tudo ali era extorsão. Mas falei com ela rapidamente e ela logo arranjou tempo para me dedicar, depois de esclarecida a dúvida em 1 minuto, desta forma:
-"Ainda tem o produto X?" -que era um produto que ela tinha de ir ao laboratório misturar. (Ou pelo menos assim o dizia).

-" Já não sobra muit..."

-"Eu resolvo já isso, prescrevo-lhe outro". 

E qual o valor? 100 euros! 
Não paguei nova consulta - mas paguei o valor da consulta na mesma. 

Disseram-me muitas vezes, as assistentes, que a doutora fez-me "um favor" em me falar naquele intervalo de tempo. Um minuto! Pois nunca tem disponibilidade e geralmente à que pagar nova consulta. Quero frisar que estava ainda a fazer o procedimento. Era sua paciente. Acho normalíssimo ter questões a colocar ao médico. Tinha uma sobre a aplicação correta dos produtos - e só ela podia esclarecer, visto que as assistentes não sabiam as instruções dadas. Que ela só estivesse disponível para esclarecer qualquer questão apenas na consulta inicial e depois se eclipsasse, não é, decerto, o que um paciente quer ou espera.

Ainda tenho esse segundo frasco intacto. Nunca precisei de usá-lo.  A quantia que tinha no primeiro era suficiente. Era um frasco tão minúsculo que, ao manuseá-lo, pareceu sempre ter pouco. Foram 100 euros que gastei sem necessidade. Talvez para o fazer parecer grande, lembro-me que o minúsculo frasco era colocado dentro de uma caixa-cubo bem grande. Causa impacto, tem apresentação. Quando se dá tanta importância à apresentação... é porque se quer justificar a cobrança elevada do conteúdo com a embalagem!

Bom, vou tentar resumir mais, um dom que não possuo.
Fiz o tratamento, que consistiu em queimar a pele ao redor dos olhos, com lazer. Fi-lo por duas vezes, se não estou em erro. Também levei injecções. Aliás, quero frisar que TUDO, mas TUDO o que diz respeito a estética, envolve AGULHAS. Raro é o que não e se não, pouco eficaz deve de ser. 

Pelo menos foi a conclusão a que cheguei. NINGUÉM menciona a AGULHA quando descreve o tratamento, até para colocar o vulgo "botox", dizem "aplicação" - não mencionam a seringa. 

Quando me esclareceu o que ia fazer naquela primeira (e única) consulta- fiquei com a impressão que a ruga de expressão nos cantos da boca estava incluída, pois ela frisou-me isso, foi o que julgou que eu queria eliminar no meu rosto. Durante um tratamento de laser, quando perguntei sobre isso - a reacção foi um tanto "calorosa", ficou enervada e disse, com irritação: "isso não foi o que ficou acordado! Não vou fazer isso, não faz parte". 

Podia tê-lo dito de tantas outras formas generosas, educadas, gentis. Afinal, era marinheira de primeira viagem, estava ali a fazer algo pela primeira vez na vida... Mas as palavras, a atitude... RED FLAG. 

Ao todo, acho que o tratamento ficou por uns 2000 euros - sem contar o absurdo de alguns produtos para o rosto - que foram comprados "cá fora" mas a maioria, só existiam na clínica dela. 

Durante toda a experiência, quis acreditar no que me diziam. Embora não sentisse nada. Nada diferente. Quando o tratamento terminou, a médica apareceu e perguntou-me se notava a diferença. Respondi-lhe que ia ser sincera, mas não notava nada. Ao que ela praticamente "explodiu". Ficou irritada e meio agressiva. "Como não nota nada?!?!". O truque era "beliscar" a pele e ver que ganhou mais elasticidade. Mas eu belisquei e não notei nenhum elástico a contraí-la de volta com a rapidez que não a que tinha antes. Ainda assim, respondi-lhe que, devia ser eu que conheço pouco do assunto e ela, se é especialista e o diz, ia acreditar. 

Também recebi umas injecções de botox - na testa e canto dos olhos - que, sinceramente, não notei nada. Mas como as rugas só apareciam durante expressões, se calhar fez efeito eu é que não notei. Como não ia lá com essa intenção - so mesmo me ver livre das olheiras - não me importei com o resultado. Mas por ela ter decido aplicar "botox", foi aí que pensei que as rugas labiais estavam incluídas. Pois ela, mostrando-me ao espelho, esticou o meu rosto para que percebesse "como" ia ficar.

Fiquei com os olhos escuros como se tivesse sido esmurrada mas, da segunda aplicação de lazer, senti que a intensidade estava fraca. Talvez por isso, em 24h, a pele queimada começou a cair. Foi algo muito superficial. 

No final, senti-me bem em fazer o tratamento, sabe bem receber massagens no rosto e ter um profissional a limpar a pele. Mas o resto, versus o resultado final?

Com sinceridade, não notei diferença alguma. 

E ASSIM foi a PRIMEIRA experiência na estética. 

Ao mesmo tempo que marquei esta consulta, também tinha marcado outra com um CIRURGIÃO PLÁSTICO. A sua consulta ficou a um preço mais barato e, quando tive dúvidas e precisei marcar uma outra consulta - porque já tinha tido a primeira, existiu um "desconto" de 20 euros. 

Expliquei-lhe o que me incomodava, ele viu o meu corpo e disse-me o que podia fazer. A parte que mais gostei foi ter-me dito que podia tirar gordura localizada e injectá-la em áreas onde não se querem sulcos, como as rugas e as nádegas. Achei o MÁXIMO. O valor, seria quase o mesmo, porque a cirurgia podia ser feita por partes - ou toda num só. Se fosse tudo num só, poupavam-se uns 1500 euros. 

O valor total por todos estes procedimentos - lifting de pálpebras, preenchimento de rugas, levantamento de seios - sem aplicação de silicone ou qualquer material - pois eu não queria - rondava entre os 6.000 e 12.000. 

Não achei caro - para o que envolvia. Mas tive receio. Senti que era impossível fazer o procedimento porque requer um recobro de um mínimo de quatro a seis semanas e alguém que cuide de nós. Se alguém soubesse que ia me sujeitar a tal coisa, não iam parar de me criticar, insultar, diminuir, etc. E ninguém ia ficar a cuidar de mim. Além disso, não podia ausentar-me do emprego por tanto tempo - pareceu-me. 

Outro fator que me fez hesitar - a única RED FLAG de tudo, é que o cirurgião, afamado que é, pareceu-me muito competente, sem dúvida alguma. E uma pessoa bem simples e afável, que dispensava todo o tempo que precisasses para ti, durante a consulta. Mas era uma pessoa de idade avançada. Cujos procedimentos que efectuava ainda eram os que havia aprendido décadas antes. Falei-lhe que tinha visto, anos antes na TV, um procedimento que levantava as pálpebras com cola. Ele desconhecia e disse que ele fazia com um corte e deixando uma costura na parte onde o olho dobra - por isso seria impercetível. Eu procurava tratamentos o MENOS invasíveis possível. pelo que, se podia colar - sendo a recuperação mais rápida, porque haveria de ter pontos? E ficar toda marcada?

Mas nunca cheguei a confirmar este procedimento, que vi ser anunciado por um médico brasileiro num desses programas matinais ou da tarde da SIC ou TVI. 

  A RED FLAG maior - aquela que não consegui contornar, foi o portfólio. Ele mostrou um book com "antes e depois" de cirurgias feitas por si. Em TODAS as imagens notava-se a passagem do TEMPO. Eram fotos datadas. Dos anos 80 e 90. Perguntei se podia ver imagens de procedimentos mais recentes, foi-me dito que essas imagens existiam, mas estavam todas no computador e ele não sabia aceder a elas nos "computadores", tinha de ser a secretária a fazer isso. Esse detalhe reforçou ainda mais o receio de que o cirurgião tivesse "parado no tempo" no que respeita aos avanços da sua área, visto que "parou" no que respeita a procurar imagens no computador. 

Bem sei que é coisa pouca. E não estou a diminuir nem um pouco o talento e capacidade do médico que, tanto quanto sei, ainda opera. O que é espantoso. Será que não sente necessidade de se reformar? Será que as mãos não tremem? A vista fica turva? O que o motivará a continuar? - pergunto-me. Será que é porque é característica da sua geração? Porque não acredito que seja necessidade monetária. DECERTA que não deve de ser. E filhos, estão criados. Família, toda deve estar bem. Fiquei na dúvida se ele seria capaz de perceber quando chegou a hora, quando tem de parar. 


E por isso - e pela quantia final mais o tempo de recobro - continuei a optar por tratamentos estéticos. Fiz depois um tratamento que injecto "gás" nas pernas, fiz aquele que "congela a gordura" e fiz, mais recentemente, aquele que visava tratar aquilo que mais me incomodava: a pele do pescoço com dobras. 

E hoje gastei TODO o dinheiro que tinha disponível. Pelo meio ficou um aparelho de dentes Invisalign - também em 2019 - bem antes da pandemia (outra razão para ter adiado o procedimento cirúrgico - o MEDO de contrair a doença "fatal e sem cura" que foi o Covid por dois anos) que correu mal, não gostei do médico e não resultou nada. Tendo eu ABANDONADO a tentativa. Paguei 2000 euros. 

Por estas experiências digo-vos: se estão a pensar fazer algo, o cirurgião tinha razão: ele dizia que a cirurgia era o caminho a seguir e, claro, as esteticistas dizem que não há motivo para gastar tanto dinheiro a ir à faca e sofrer horrores, se existem tantos tratamentos eficazes e indolores. 

Vão pelo cirurgião: mais vale!

Os resultados devem ir mais ao encontro do pretendido e o dinheiro é gasto UMA só vez. 

Dos tratamentos estéticos que fiz, NENHUM resultou. Não realmente. Elas, as estéticistas, dizem que sim. Uau! Maravilha? Está a ver? Resultados óptimos - dizem. 

Mas eu não vejo nada. 

Quero acreditar que são resultados INTERNOS - mas caramba! O dinheiro foi-se todo e esperava ter resultados EXTERNOS também. O tratamento que fiz para perder a barriga - o "queima gorduras", fi-lo numa altura em que estava magra mas tinha só um bocado de "chixa" que pensei, poder eliminar e, pela primeira vez na vida, ficar um aquela barriga LISINHA. Apetecia-me MUITO MUDAR. Se possível fosse, mudava de corpo, de imagem, de cor de pele, de altura! Estava com necessidade de me sentir numa nova etapa, com uma nova imagem. 

Engordei. O tratamento não me fez NADA. Acabei por engordar. Um ano mais tarde, fi-lo novamente, noutra esteticista, porque me haviam dito que tinha dado um impressionante resultado numa amiga de uma amiga, que era gorda e tinha perdido um absurdo de peso, estando magrela. Por ter "bom feedback", sujeitei-me novamente ao tratamento. Não tive resultados alguns. 

Concluí que, um mesmo tratamento, pode resultar para uns organismos mas não para outros. E o meu não ia nisso. Se calhar - pensei, não tenho gordura, tenho ar! Água! Daí nada a "queimar". 

A única coisa que recomendo é a aplicação de botox. Fi-lo em Setembro passado e logo que terminou notei a diferença. Foi como se a minha identidade tivesse voltado. Apliquei apenas uma pequena quantidade nas rugas de expressão dos cantos da boca. Apliquei uma seringa apenas - mas recomendam-se DUAS. Uma para cada canto. Preço? 500 euros cada seringa. 

Percebi de imediato que não tinha como sustentar tal luxo. A médica ainda me explicou que ia ficar muito bem aplicando botox no canto dos olhos, na testa e na zona labial - cima e baixo. Ao todo, 8 zonas. 

8 x 500.... 

O problema do Botox é que dura algo como seis meses... 
Quando a da primeira clínica me aplicou, disse que ia "fazer uma coisa" para que durasse "no mínimo dois anos". Diante disso, fiquei sempre com a impressão que era esse o tempo de duração da aplicação da toxina. Só que TODOS os especialistas que consultei à posteriori me disseram que não. Isso "é impossível". 

Seis meses.... Na realidade, foi-me dito que o ideal é aplicar quatro vezes ao ano. 

8 x 500 x 4 ....

Façam as contas. Percebe-se logo que o caminho a seguir é cirúrgico. 
Tivesse optado por isso e teria gasto MENOS e visto os resultados que pretendia!


Duvido muito que, pós covid, os valores continuem o que eram... O cirurgião tinha a sala de espera cheia de clientes, todas frequentes, a elogiá-lo. Uma sala com sofás, cadeiras estufadas, um televisor, um bom clima... bem diferente do que senti na clínica de estética da minha estreia. Os outros tratamentos estéticos que fiz, foi noutra clínica, que, também me parecendo credível, mostrou ter profissionais esclarecidos e simples, acessíveis a esclarecimentos até por mensagem de whatsapp. (agora já não, mas eu, por ser cliente antiga, apanhei essa vantagem). Porém, também notei que não gostam que se questione os resultados dos tratamentos. Dizem que iam fazer - mas nunca fizeram: a foto do ANTES. O que aconteceu desta última vez foi que me injectaram um líquido no pescoço e este duplicou de tamanho. Depois, quando ainda estava a recuperar, tiraram uma foto. E depois, no último passo, mostraram-me a foto do "antes" e "depois", sendo que o "antes" nunca foi o meu antes. Foi o "após 40 picadelas de agulha". 

Comecei a temer agulhas só pelo nome...  

  

E VOCÊS`?

No  quê já se aventuraram? 


  

 

5 comentários:

  1. Nunca fiz nada do género, não condeno quem o faça mas o Tempo é quem mais manda e deixa as suas marcas com as quais lido muito bem!
    Beijocas e um bom fim de semana

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    1. O tempo tem sido generoso comigo Fatyly. Não tenho nada contra aceitar as marcas do tempo. É impossível apagá-las. Talvez atenuá-las mas removê-las? Nem pensar!
      Porém, na sociedade que vivemos e com as pressões que colocam as pessoas, é cada vez mais comum - até mesmo já na adolescência - ver as pessoas a recorrer não tanto aos procedimentos estéticos, mas principalmente aos de cirurgia plástica. Bom fim-de-semana

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  2. Faz muito bem cuidar de si ,eu estou a pensar fazer alguns tratamentos . Muito obrigada pela partilha
    fiquei mais esclarecida.

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    1. Espero ter ajudado. Dependentemente do que pretender fazer, presentemente aconselho as cirurgias. Ainda não fiz nenhuma e confesso ter receio dos resultados serem piores que o esperado e não conseguir lidar com as cicatrizes - por mais escondidas que fiquem. Mas conheci uma pessoa que fez barriga e peito o ano passado e está super feliz, com uma barriga lisinha onde antes encontrava as pregas das gravidezes e com o peito equilibrado. Ela recomenda e eu entendo-a perfeitamente. Porém, cada caso é um caso. Volte e partilhe.

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  3. Até agora nada; como estou a começar a ter alguns cabelos brancos estou a ponderar fazer madeixas...

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