sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Achei as Oreos!


Foram parar ao intestino grosso da «nova inquilina».
Todos os três pacotes.

Sim, foi ela que se «servi das bolachas, sem dar cavaco.
E sempre lá ia quando me via a sair de casa.

Cheguei a duvidar da minha sanidade mental. 
Preferi acreditar que as tinha colocado noutro lugar, ou que haviam caído ao chão do que pensar que foi por acção de alguém que tinham desaparecido. Até ponderei ter em casa um fantasma obcecado por bolachas Oreo.


Quando ontem de tarde dei por falta de um pacote das de chocolate, convenci-me que tinha sido eu que o comi aquando a compra, uma semana antes. Mas horas depois, quando vou para me servir de um produto que guardo na despensa, dou por falta do pacote de Oreos brancas. Oh diabo! Será que me confundi? E elas nunca estiveram ali?? Será que as meti noutro lugar??

Revirei tudo, até fiquei com insónia tal era a confusão que aquilo me fazia.
Pelo sim, pelo não, não fossem elas ter caído ao chão e alguém as ter apanhado, coloquei um bilhete no frigorífico oferecendo uma guloseima que havia comprado e a perguntar se alguém havia visto as minhas oreos. 

E como sou de fotografar tudo, tirei uma foto ao pacote que restou - o de morango, só para provar que não estava a dar em doida.

Na manhã seguinte abro a despensa e olho o frigorífico: o meu recado continua ali, nenhuma mensagem me foi deixada. O pacote Oreos de morango continua lá. Saio novamente de casa por volta do meio-dia e regresso duas horas depois.

Quando vou abrir a despensa para tirar algo, noto que o pacote de Oreos Morango desapareceu.

-"Alguém está a pregar-me uma partida!" - disse eu.
Ao mesmo tempo voltei a pensar se não estava a perder o juízo e não seria o caso de ter retirado o pacote do lugar e não recordar... Estava a ficar preocupada. 

E como havia trocado algumas palavras fazia segundos com a rapariga do andar de baixo, fui bater-lhe à porta. Perguntei-lhe se me estava a pregar uma partida ao me fazer desaparecer os pacotes de Oreos. 

Mostrei-lhe a despensa, garanti-lhe que havia deixado ali um pacote, brinquei que deviamos ter um fantasma que só gosta de Oreos... e mostrei-lhe a fotografia que tirei quando achei que podia estar a dar em doida sem saber... 

Como eu esperava, ela não tocou em nada e até brincou se eu não seria sonâmbula com uma predilecção por Oreos...

A situação estava a fazer-me confusão e eu não gosto de acusar ninguém sem ter certeza. Mas só restava uma opção... E foi a rapariga do andar de baixo que o disse:
-"Pergunta à nova inquilina".
-"É o que vou fazer" - respondi.

Depois de almoçar, subi ao andar de cima e bati na porta do quarto da moça. Ela pareceu hesitante. Em falar e em abrir a porta. Perguntei-lhe pelas Oreos e ela respondeu que foi ela que tirou. Aliviada expliquei-lhe que julguei estar doida, porque podia jurar que as tinha ali mas ao mesmo tempo já estava a duvidar de mim mesma...

Fui muito simpática e não fiz nenhum alarve conflituoso por ela ir propositadamente tirar da despensa que só eu uso um pacote de bolachas não uma, mas duas vezes (pensei eu) e sempre em alturas em que me via fora de casa, sendo que podia tê-lo feito quando eu cá estava e pedir-mas ou contar-me que não resistiu e se serviu das mesmas.

Mas não o fez. Calou-se. Vive fechada no quarto e por vezes eu sei que só sai de lá se eu sair por umas horas de casa. E cada vez que virei as costas, era um pacote que desaparecia. Ela agiu como um rato matreiro, continuou a servir-se despreocupadamente não uma, não duas, mas três vezes. Sem deixar um recado, sem dar cavaco. 

Da forma como tudo se esclareceu, a rapariga do andar de baixo acabou por ser testemunha do ocorrido. Não deu grande importância mas, com ela, acabei por deixá-la entender que achei a atitude da outra um pouco estranha. Mas não desenvolvi. A minha aversão em falar negativamente de alguém por vezes prejudica-me. Já escrever é mais fácil... e por vezes tudo o que não é falado é escrito em dose massiva.

Adiante: no fundo não fiquei aborrecida. Mas ao mesmo tempo tem um outro lado meu que me alerta... para ter cuidado. Porque quem hoje espera que te ausentes para ir se servir de algo teu... amanhã pode fazer o mesmo, só que não se vai tratar de Oreos...

Ela acabou por admitir que as tirou mas só porque eu a confrontei com o desaparecimento das mesmas. Devia ter sido ela a ter a iniciativa, principalmente depois de escutar a conversa que tive com a outra, a aproximar-se e a dizer que se havia servido das bolachas. Mas não o fez. E ia continuar sem o fazer, mantendo-se fechada no quarto com as minhas embalagens vazias lá dentro, enquanto eu as procurava freneticamente cá fora, achando que podia estar mal da cabeça. 

Para suavizar a sua atitude, respondeu-me que pretendia repor as bolachas sem que eu desse conta... Mas se o pretendia, levou o seu tempo. Principalmente depois de ver o meu recado, logo pela manhã. Não foi o suficiente para a motivar a fazer a reposição. Ao contrário: foi servir-se do último pacote!!

No final da tarde, ela desceu as escadas sem dizer "olá" a nós as duas, que estavamos ali mesmo a conversar, e saiu. Menos de 20 minutos depois entrou novamente em casa. Quando eu desci e entrei na cozinha, tinha três pacotes de òreos deixados em cima da bancada. Com um bilhete onde ela desenhou um smile...

Soube tirá-los debaixo dos paezinhos e servir-se um a um... e não soube arrumá-los no sítio?
Bom, mas isso é o de menos...

Eu já havia decidido que só queria solucionar o mistério, não fazia questão que ela me devolvesse as bolachas. Comeu-as. Pronto. Não precisava de as repor. Eu ofereço-lhas. Nem são as minhas favoritas. Comprei-as porque estavam em promoção e pretendia triturá-las e misturar a um gelado. 

O meu espanto contudo, não havia terminado. Pois como expliquei, convenci-me que havia comido o pacote das de chocolate - o primeiro que dei pela falta. Mas ao ver em cima da bancada três pacotes, percebi que não tinha sido eu a comer essas bolachas, mas ela!

Que ousadia!
Ou que descaramento.


2 comentários:

  1. É grave ela só ter confirmado depois de teres perguntado. Sabe-se lá mais o que ela pode tirar sem que tenhas reparado. Bom mesmo era comprares um cofre pequeno, daqueles que tem uma chave onde podes guardar as coisas mais valiosas porque já é suficientemente mau a porta do quarto não poder ser trancada...

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  2. Talvez ela tenha apreendido que não pode mexer nos oreos e em tudo o mais que não é dela...espero que sim

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