segunda-feira, 26 de junho de 2017

Ódio às Mulheres



Sinto tristeza quando abordo este tema. 
Nem tenho agora capacidade para o expressar como queria.



Mas a verdade é que julgamos que já se evoluiu muito na sociedade de forma a que as disparidades de direitos entre homens e mulheres se tenham dissipado quando, na realidade, somos todos os dias BOMBARDEADOS com filmes, palavras e acções tidas como «normais», que não passam de uma forma de continuar a propagar as agressões ao género feminino.


Esta reflexão surgiu-me quando um indivíduo que mal conheço lá no trabalho, fez uma «gracinha» ao me ver a segurar o pau da vassoura, e disse que o que eu ia gostar era de «o enfiar sabe ele bem onde». E um outro riu.

Este tipo de afirmações - tão comuns e que são "aceites" sem reprimenda, não passam de uma forma de objectivar a mulher e a reduzir a um pedaço de carne ao serviço de sexo. Em alguns sentidos, hoje a mulher é mais tratada como «puta» do que no passado.

No passado ao menos existia uma «linha que separa...»

Era o comportamento. Da mulher solteira, da mulher casada...

Agora, não há nada. Cada um assume que uma mulher é um ser sexual (e é), não é a «cândida dona de casa» (que também é), e todos presumem que qualquer mulher na rua adoraria abrir as pernas para um qualquer homem entrar. Ensinaram-me que a palavra que define esse género de mulher é puta.
Então, somos todas putas?

Não.
Mas somos tratadas como se fossemos. 


Cresce o número de homens a queixarem-se das mulheres só porque sim. Ir ao youtube ver um vídeo com uma história - qualquer história - em que exista uma interveniente do sexo feminino comprova-o. É CHOCANTE ver o tipo de comentários ali deixados. A começar pela forma como os comentadores se referem à mulher: "a gaja", a "puta", etc etc e daí para muitos exemplos similares.  A pessoa até tem NOME. Mas como é do género feminino, vira cadela, porca, tipa... tudo, menos mulher ou mulher com nome.

Com isto perdeu-se o respeito. E aquele conceito de mulher/esposa cândida, fada-do-lar até faz falta. Faz falta a alguns membros do género masculino a noção de respeito à figura da MÃE. E mãe é MULHER. 


O respeito por uma mulher anda a perder-se... 
Todas são olhadas com olhares lascívos e quando envelhecem, ao invés de respeito, são apenas «put.. velhas...». Reduzem toda a argumentação de origem feminina a FEMINAZI - uma palavra inventada pelo género masculino, já com muitas outras variações, que visa sempre o mesmo: reduzir e humilhar a mulher, desvalorizando qualquer coisa que esta queira expressar. As mulheres são sempre as responsáveis por todos os males. Mesmo quando são vítimas de sérias e violentas agressões. «Estavam a pedi-las....» - ainda escrevem muitos. 


Não sei onde isto vai parar mas a sociedade não evoluiu tanto assim no que respeita ao machismo. Xiça que homem é inseguro para caraças!!!

Ainda precisa diminuir a mulher, insultá-la, maltratá-la, difamá-la, para se sentir «macho»...
A sua inépcia reflectida na sua misoginia. 




3 comentários:

  1. O seu colega que fez esse comentário é simplesmente grosseiro, boçal.
    Tenha pena dele que é alguém que não merece mais que isso.

    Veja o que hoje publiquei que é o oposto.

    Boa semana

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  2. Portuguesinha, não me leve a mal, por favor, mas o que nos dá a ler sobre o seu local de trabalho, acho-o medonho. Eu não me imaginaria a trabalhar num local onde me tramam, onde sou injustiçada e agora até alvo de piadolas sexistas e rançosas? Não pensa mudar de emprego?
    Desejo-lhe muito boa sorte.

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    Respostas
    1. Obrigada Cèlia.
      Claro que não levo a mal. Porque haveria? Tem todo o direito de expressar a sua opinião e é para isso que tenho este blogue. Aprecio opinioes sinceras - só peço que respeitosas. E a sua é.

      Eu penso em mudar todos os dias - mais por já sentir que atingi o ponto que já sei tudo o que precisava e daqui a diante é só aperfeiçoamento com poucas mudanças. Compreendo que pareça que o local e trabalho é horrível - porque afinal, escrevo cada vez que algo pouco agradável acontece. Mas não é tão mau assim. Tem momentos que é um trabalho como outro qualquer. O pior é sempre quando se tem de trabalhar com pessoas que vão contra o bem-estar e geram conflitos. Mas isso não é assim em todo o lado?

      Sim, acho que vou procurar outra coisa. Sinto que é hora. Estou é um tanto preguiçosa mas já disse a mim mesma que vou tratar disso nos dias de folga. Afinal, se sinto e se mo dizem, algum fundamento deve ter. Vim para o UK para trabalhar. Mas também para arriscar. Se não for para arriscar, então Portugal serve...

      Obrigada pelo interesse e pelos votos de sorte. Um forte abraço!

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