terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Pensamentos absurdos e coisas soltas


Estou a aguardar que as horas passem. Vou entrar no avião rumo ao país que me viu nascer dentro de umas horas. Entretanto, continuo com a tosse. Esta impede-me de dormir de noite, ou de dia... Faz já o quê? Semanas e semanas. Claro, dormito alguma coisa, faço por descansar, mas dormir? Esta madrugada por exemplo (ou melhor, a anterior), cheguei a casa depois das 3 da manhã, por volta das 4 e tal fiz por adormecer mas às 6.30h já estava a fazer lides domésticas pela casa. Nesse tempo dormi um sono contínuo? NÃO. 

Acho que fui despertando mais de 40 vezes. Foram tantos despertares que julguei que já se tinham passado umas 4 horas e ter conseguido dormitar umas quatro. Afinal, foram minutos apenas. 

Claro que, quando tenho algum tempo livre, como foi o caso do dia de ontem, tento fazer alguma coisa, sair. Mas nestas condições não tenho energia para essa «ousadia». Ainda assim tentei. O espírito quer, o corpo rejeita. Ás tantas, o caminho de volta até casa, embora curto, pareceu muito distante. Ao atravessar um parque e passando pelos bancos de jardim quase sempre vazios, decidi simplesmente sentar num e descansar uns minutos, para depois continuar a marcha sem esta exigir o esforço que estava a tirar de mim.

O curioso é que aqui é comum os bancos terem uma placa. O jardim é um memorial, não sei bem a quem, então cada banco tem o nome de alguém que morreu. Sempre achei este hábito americano/inglês algo estranho. Você se sentaria num banco que parece um túmulo porque tem uma placa com o nome, data de nascimento e data de falecimento de alguém? Lembra demais uma pedra tumular. É como se... uma pessoa fosse sentar em cima de um túmulo. No mínimo, a pessoa é forçada a recordar ou a partilhar da morte de alguém. 

Então olhei para a placa. Quis saber, por curiosidade. Achei que ia encontrar um nome de um falecido de há muitos anos mas descobri que não. Fui sentar no banco em homenagem a um falecido que, se fosse vivo, seria mais jovem que eu. Nasceu depois de mim, faleceu há 15 anos. 

E veio este pensamento à tona: «nunca sabemos quanto tempo temos. Os pais deste não podiam imaginar, ele não podia saber que não ia viver muito. Uma pessoa nunca sabe. Não sabe a sua hora. Posso estar a pensar nisto e sem saber vir a morrer amanhã.».


E agora vou enfiar-me num avião. De uma companhia que nunca antes tinha ouvido falar. E não são sempre esses que caem? 

Bom, já sabem...
Se não me voltarem a ler, sabem o que aconteceu.
Chegou a minha hora! Kkkkk.

+++

5 comentários:

  1. Melhor aproveitar bem os dias....

    Olha lá, que tipo é a tua tosse?
    Seca, produtiva?
    Tomas alguma coisa?
    Já foste ao médico?

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    Respostas
    1. Tão seca que é praticamente ar.
      Não tomo nada. Tomei no início mas como não surtiu efeito algum intuí que não estava a «atacar» a origem.
      Irei ao médico daqui a um dia.

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    2. Normalmente indica alguma espécie de reação alérgica a algo que sensibilizou o teu sistema e agora não passa. Quando isso acontece um anti- histamínico e a ajuda de umas pastilhas ou xarope para tosse seca (género Bisoltussin) resolvem.
      Mas vai ao médico, porque é melhor ser observada ;)

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  2. Que faças uma boa viagem e que chegues bem a casa :)

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  3. ahahah que mórbida! Sentar eu até sentava mas tratava de escolher um banco de alguém que tivesse morrido lá pelos 100 anos...vá 90 pelo menos, só para ver se me dava sorte lol
    Estar doente e viajar de avião é uma combinação terrivel. Aparecem esses pensamentos sombrios mas basta aterrar sã e salva que isso passa.
    Em casa vais ficar boa num instante!

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