terça-feira, 19 de abril de 2016

A propósito de um post no blogue do Observador...

A propósito de um post no blogue do Observador, num destes dias deparei-me com esta publicidade no facebook:

Por curiosidade, abri.
Trata-se de uma angariação de pessoas para se submeterem aos efeitos de uma nova droga, para fins de serem monitorizadas e servirem de cobaias humanas.

Uhmmm.... da última vez que ouvi falar disto foi na capa da revista Visão, onde o título sugestivamente perguntava se por muito dinheiro, se sujeitava a ser cobaia humana em testes clínicos.


Nesta «oferta», não existe nenhum pagamento. Nada. O que se oferece ao paciente é a incerteza dos efeitos do medicamento e, claro, consultas «gratuitas» - nem sequer o dinheiro para o taxi. Em nenhum lado li a palavra voluntários... A coisa está feita de forma a parecer que é uma oportunidade a aproveitar, uma oferta.

Mas oferta seria é se o medicamento já tivesse sido testado e a sua eficiência comprovada. 
O que pensam disto?

11 comentários:

  1. Essa habilidade comigo não resultava.
    Nem por dinheiro, nem por nada.

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    1. Eu já não digo "desta água não beberei" porque não conheço o amanhã. Mas espero bem que nada me faça mudar de ideias porque, agora, não vejo como brincar com a "lotaria" na saúde pode trazer qualquer benefício!

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  2. É complicado pois pode correr mal, mas se fosse um caso de vida ou morte eu participaria. No fim de contas ia morrer e o medicamento até poderia me salvar :)

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    1. Acho que o apelo à esperança de uma solução é uma espécie de manipulação muito eficaz. Em casos de falta dela, acho que não faltariam participantes.

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  3. É comum haverem cobaias humanas quando querem testar medicamentos novos. Acho que nunca existe um pagamento monetário porque o único beneficio é ver se aquele remédio faz efeito (ou não). Claro que é arriscado mas há muita gente que corre esse risco quando tem uma doença incurável e os medicamentos de costume já não fazem efeito. :(

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    1. Por cá, pelo menos, penso que é uma proposta nunca remunerada. Pela ética que sinto, considero isso o correto. Mas já existem tantas incorrecções cometidas para com o lado "mais fraco" que talvez já seja altura de oferecer mais que uma não-promessa, apenas uma esperança, de consequências desconhecidas. Nem sei se me fiz entender, ehehe. Como por exemplo: se correr mal, tratamento gratuito, todas as despesas por conta, até o final da vida. Justo, não?

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    2. Sim, concordo. Realmente não sabemos o que acontece nesses ensaios mas deve haver alguma compensação se as coisas não correrem bem. Digo eu...

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    1. Muito arriscado. Até a medicação "boa" tem efeitos secundários. Medicação desconhecida terá o quê? Não sabem. Terão de descobrir administrando as drogas.

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  5. Não seria capaz de me sujeitar a semelhante coisa mesmo que me pagassem bem, quanto mais voluntariamente. Mas cada pessoa é um caso. Tenho uma sobrinha a quem foi diagnosticada EM aos 20 anos. Tem 49 e uma vida feita de renuncias, acabou o namoro quando soube que sofria de EM, renunciando ao casamento e à possibilidade de ser mãe, por não saber se seria capaz de criar um filho e não querer carregar um companheiro com o fardo da sua doença. E ela sempre disse que se estivesse em estudo um medicamento para a cura da doença, era voluntária para os testes.
    Quanto à maneira como os laboratórios recrutam as pessoas, especialmente nesse caso que relata, é uma vigarice.
    Abraço

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    1. OH, espero que a sua sobrinha viva bem dentro do possível. Há sempre alguém com fardos pesados... Mas eu que também fiz renúncias na vida por outros motivos, hoje posso dizer que são escolhas mas quase sempre, só se deve renunciar o que não se quer. O que se quer é uma decisão, ainda que bem intencionada, talvez não correta, não sei. Ser-se altruista é bom para muitos, menos para o altruista :P

      Infelizmente existem muitas pessoas em total desespero por soluções. Compreensivelmente aceitariam. E é por saberem isso que o método continua a ser este.
      Abraço

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