Metereologia 24 h

segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Francisco Pinto Balsemão - já não entre nós

 

Sinto ainda pesar por receber a notícia de seu falecimento. Sinto, realmente, pena que certas pessoas não possam cá permanecer eternamente. Acho que é uma perda para todos nós. Será que entendem? 

Há pessoas, principalmente de uma certa geração, que são tão admiráveis, tão magnânimas que instantaneamente percebemos estar diante da presença de alguém "Pleno". Fico sempre com uma sensação de pesar quando mais uma figura assim desaparece desta terra. Elas fazem muita falta cá. 

São almas que admiro e respeito sem as conhecer. No caso do Pinto Balsemão, pude privar muito brevemente numa ocasião e é tão simples como isto: uma pessoa simpatiza quase de imediato e sente logo estar diante de alguém com saber acima da média, vivo, autêntico, esperto, com visão, gosto por viver e de bom senso - tudo junto com uma simplicidade típica dos humildes que não se elevam a Deuses. 

Uma pessoa sente-se bem na presença de uma figura assim. Pela autenticidade, simplicidade que dela emana. São pessoas que só o tempo as trai. Só a decadência do corpo as vai levar. Só o corpo envelhece, porque elas não têm idade. A mente continua clara, astuta, lúcida. Vivem no mundo e não desistem nunca dele. 

São cada vez mais escassas pessoas assim especiais. Quase todas que intuí como o sendo, nasceram e foram criadas numa geração da qual já não existe quase sobreviventes.

Gostaria que nascessem e se fizessem mais pessoas assim. 

Ainda por cima, Balsemão foi também um homem de família que, ao que parece e se escuta, conseguiu ter uma família unida e com amor uns pelos outros. Um feito que poucos que acumulam fortuna conseguem realizar. 

Diria quem nunca o conheceu de perto que era o homem perfeito - se formos a ler o que dele se diz nas letrinhas das notícias para as quais tanto contribuiu. Não apenas como mais um meio, mas como  professor, que instalou regras e princípios para o jornalismo responsável e livre. Abriu caminhos para que outros pudessem encontrar seus rumos. 

Julgo que tinha alma de professor. 
E era essa a sensação que transmitia: alguém sábio com uma diversificada experiência de vida da qual todos podiam tirar ilações e aprender. 

Que se façam mais pessoas assim. 

O universo precisa.

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