Se uma pessoa está sempre a beber água mas está desidratada, o que pode significar?
Se uma pessoa mal engole algo já precisa de evacuar, o que quer dizer?
se uma pessoa sente imensa sede depois de evacuar ou sair do duche ou entrar num lugar aquecido, qual a causa?
se uma pessoa bebe água e logo sofre de refluxo gástrico onde só despeja essa água, o que quer dizer?
Bebendo agua enquanto recuperava o fôlego na sala de espera do consultório médico a meio da tarde. Uma enfermeira chamou meu none, conduziu-me ate uma sala que me é familiar. Sentei-me na poltrona e estiquei o braço esquerdo para ser aquele onde espetam a agulha. Esta entra bem, mas o sangue nao escorre.
A enfermeira pergunta-me:
Bebeu água?
Respondo-lhe que tinha acabado de beber mas que podia beber mais pois tinha a garrafa de água na mala.
Ela remove a agulha sem a tirar da pele e reajusta a posição. Não funciona. Tira a agulha novamente e espeta-a novamente. Não funciona. Nisto quando vai para a remover mais um vez antecipa: "vai fazer barulho".
Tira a agulha e pergunto-lhe o que quis dizer com "fazer barulho". Com o tubo conectado à seringa, ela explica que quando sangue "fica assim" - umas pequenas gotas separadas com espaço entre si podiam se observar no tubo que precede a entrada da agulha - quer dizer que a pessoa está desidratada.
Ela afasta-se, talvez para preparar outra seringa e eu aproveito, saio da cadeira e agarro a minha garrafa de água, dizendo que ia beber para ajudar.
Ela experimenta e espeta-me novamente a agulha no braço. Sai um pouquinho mas deixa de correr. Enfio mais água goela abaixo, incrédula que faça efeito imediato mas, tentar não custa. Ela desiste e pergunta-me se pode tentar no outro braço. Explico-lhe o que venho a dizer a todas as enfermeiras faz décadas: Pode. Mas geralmente, ninguém consegue encontrar as minhas veias no outro braço. Muitos tentaram, falhando.
Ela tenta, e consegue. Volta a espetar uma agulha no meu braço, enquanto eu, com o outro que fora várias vezes espetado, pego na garrafa de água e volto a ingerir o líquido precioso, na esperança deste fazer fluir o meu sangue com facilidade para dentro dos dois tubinhos que ela anexa à seringa.
Lá se consegue mas ela acha que tirou pouco. Explica que, cada tubo, permite fazer oito testes. Mas que se for chamada novamente para repetir, é porque a quantidade tirada não foi suficiente para todos os exames sanguíneos.
O que quis saber foi o que iam testar. "Fígado, açúcar, tiróide" - foi o que conseguir reter. Perguntei se também faziam à vitamina D, pois há dois ou três anos deu que estava deficiente. Respondeu-me que o NHS não faz mais esse teste, pois ficou "provado" que cerca de 80% da população do Reino Unido sofre, a dada altura, de carência de vitamina D e preferem aconselhar as pessoas a tomarem uns suplementos no inverno.
Desconhecia. Mais uma coisa que o NHS (Sistema Nacional de Saúde) deixa de providenciar. Aos poucos a tendência é, como em toda a parte do mundo, deixar de providenciar muita coisa.
Ma fiquei "contente" que iam fazer 8 exames ao meu sangue. Tenho andado com muita pouca energia. Se tentar correr, não consigo dar mais que uns tantos passos, uma meia dúzia, até sentir muito cansaço e perder o fôlego. Sei que o tempo não volta atrás e não serei capaz de vencer corridas e correr muito e rápido, como quando criança. Nem pretendo. Mas sei que me mantenho uma pessoa ativa e que a falta de energia, a languidez, a incapacidade de caminhar uma hora na rua sem sentir exaustão deve ter uma causa num problema de saúde menor qualquer.
É melhor continuar a rastrear a minha tiróide.
E pronto. Saí de lá com duas bolas de algodão agarradas aos braços com adesivo branco, que chamaram a atenção dos olhares mais curiosos. Pelo caminho de volta a casa, regurgitei quatro vezes, mas só saiu a água que havia engolido. Chegando a casa, descolei as bolas de algodão, que revelaram pequenas pintas de sangue em cada uma e fui tomar um duche.
A pesar de bastante espetada nos braços por ter veias "muito finas", nenhuma marca negra sequer parece querer surgir.