terça-feira, 26 de abril de 2022

PSICO

  Ela segue-me onde quer que eu vá.

Estou a falar da M. Está a dar comigo doida. Não a suporto mais. Age como se fosse um anjo de inocência, mas é vil, é ruim, é má intencionada. Caramba!

Tenho feito testes. Comecei a desconfiar que ela fazia isto intecionalmente porque, cada vez que abria a porta do quarto para ir trabalhar - e eu faço NOITES, logo passa da meia-noite quando saio do quarto, ela abria o dela. que fica á frente. Sempre. Eu a precisar apenas de 30 segundos. Para trancar a porta, colocar os sapatos e descer as escadas. 

Comecei a perceber que nunca tinha esses segundos. Ela sempre me aparecia à frente. Quando conseguia chegar tão longe quanto a cozinha, ela descia à cozinha. NUNCA me deixa em paz. 


Hoje voltei a fazer esta experiência. Saí do quarto eram 18.45. Desci as escadas para tirar presunto do frigorífico e subir com ele. Assim que estou quase a chegar às escadas, ela abre a porta do quarto dela. Quando vou para as subir ela já não está ali. Encostou a porta e ficou dentro. Quando entro no meu, ela sai do dela. E vai para a cozinha. 

Estes e outros comportamentos psicóticos que tem já me estão a afectar faz meses. Então decidi escrever tudo num caderno. Tenho um "jornal", onde escrevo tudo - de uma forma muito confusa, cheia de detalhe e com uma caligrafia horrível. Mas para o objectivo de me ajudar a libertar um pouco desta tensão que ela cria, o caderno serve. 

Comecei também a tentar apanhar estes comportamentos em video. Ela deve ter um pacto com o Diabo - pois das vezes que julguei tê-lo conseguido, a tecnologia não colaborou. Ainda agora, quando pensei que o TM estava a gravar-me a andar pela casa (com ela a seguir-me), vi que não. Fiquei aborrecida, porque antes de abrir a porta do quarto, digo para a camera que vou à cozinha só para devolver parte do presunto ao frigorífico e volto a subir. Queria perceber se nesse periodo de tempo ela ia sair do seu quarto para me seguir. Gravei isto ANTES de sair do quarto, não depois. Para não se julgar que era uma situação criada. Pois assim que começo a caminhar no corredor, ela abre o quarto dela e sai para fora. Ao mesmo tempo que estou ali a passar. 

É demais! Isto é bulling. Se não é, olhem que se sente como se fosse.

Entro na cozinha, ela vem atrás. Subo ao quarto. Entro no meu, ela acaba por subir e enfiar-se no seu. 

Tenho a ideia de ir lavar um recipiente que tinha aqui, e desta vez certificar-me que estou a filmar a minha andança pela casa. Estou a filmar-me a mim. Para se perceber se alguém intencionalmente aparece atrás e começa a vigiar cada passo que dou. Pois saio do quarto. Desço à cozinha. A porta da rua está totalmente aberta, como é o seu costume. Assim que ela ouve meus passos, sai disparada por detrás dessa porta e FINGE que tem o que fazer dentro da cozinha. Com tanto tempo para ali estar - já ali estava à hora e meia, sozinha, sem ninguém lhe aparecer à frente, quer me convencer que assim que apareço ela, que não está ali, subitamente tem de aparecer?

Enquanto abro a torneira e lavo o meu recipiente, ela finge-se ocupada pela cozinha. Acabo de lavar o recipiente, coloco-o a secar no "meu sítio" e retorno para as escadas, rumo ao quarto. Ela vem atrás. Fecho a porta da cozinha, como a encontrei. Ela cola-se a mim. Subo as escadas. Ela começa a subir também. Caminho até o fundo do corredor, ela caminha também. A porta do quarto dela fica no cimo das escadas. A minha e a do WC fica ao fundo do corredor. Ela segue-me. Abro a porta do quarto com ela atrás de mim. Não quero abrir a porta e deixá-la espreitar para dentro. Ela está sempre ali quando abro a porta. Irrita-me que se posicione de forma a espreitar o meu espaço privado. Os quartos dos outros, por serem maiores, quando se abre a porta só se vê uma parede. Mas o meu, estreito, vê-se logo tudo: a janela e o que que está perto dela. Não tenho grande privacidade. Mas menos ainda por ela se grudar na minha traseira cada vez que me movimento. 

Pauso. Olho para trás. Seguro a porta do quarto e começo a enfiar uma perna pela frecha, olhando para ela, como se a lhe dizer para avançar. Ela avança e enfia-se no WC. Nem sequer alcança o cordão da luz. Está escuro e seria natural que a primeira coisa a fazer fosse acender a luz. Mas como ela não se enfiou ali por razão alguma se não seguir-me, não precisou realmente de se dar a esse gesto. Fecho a porta do quarto e faço uma careta para o telemóvel - que espero ainda estar a gravar, e depois carrego no botão de STOP.

Nisto oiço os pés dela a sairem do WC. NEM SEQUER FOI ALI FAZER O QUE QUER QUE FOSSE!!!

Assim que me fechei no quarto, ela deu a sua perseguição por terminada, e voltou para a cozinha. De onde nem devia ter saído. A sério. O que é isto? Que tipo de comportamento é este??

Existem muitos mais, muitos mais. Mas este não sessa. É constante. 
Noutro dia fiquei 13 horas dentro do quarto. Saí por 5 minutos para fazer umas torradas. Em apenas um minuto ela desce do quarto dela até a cozinha e FINGE que tem de estar ali naquele preciso instante em que, após uma ausência de horas e horas, apenas 5 minutos não me são concedidos. 

Hoje de madrugada, tive apetite eram 2h da manhã. A casa estava silenciosa. Só o som de videos que chegam ao corredor vindos do quarto dela. De resto, nenhum movimento. Desço à cozinha para comer algo. Ela aparece-me à frente. DUAS HORAS DA MANHÃ!! Podiam ser 5, 6, 20, 19, 12, 14... é constante.

Não sei o que fazer. 
Precisava de contar tudo isto a alguém de carne e osso. Um pobre desgraçado que ouvisse tudo o que tenho para contar. Já tive a experiência de guardar tudo para mim na outra casa. Agora arranjo formas de expressar estas situações. Mas nada substitui uma pessoa de carne e osso, no presente, a escutar e a dar a sua opinião distanciada. 

Esta criatura é desprezível. MALÉVOLA.

Pequena e ridícula. 

7 comentários:

  1. Boa tarde
    Não sei se aguentava uma vida assim.
    Parece um filme de terror.

    JR

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    1. É o que temos. A sociedade desaprendeu muitas regras de convivência. Estão todos centrados no próprio umbigo.
      Só espero não cair nas mesmas armadilhas do passado. Daí precisar dividir com alguém. Porque, no passado, não contei a ninguém e depois quando chegou a altura de o poder fazer, percebi que tinham removido a possibilidade de me escutarem acreditando em mim.

      Um abraço.

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  2. Desabafar para a escrita também faz bem!!
    -
    Deixo um sussurro nas arestas do vento

    Beijos e um excelente dia!

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  3. Será que dá para experimentar ter uma actuação tão estranha que ela passe a evitar-te, como por exemplo dizer que estás a precisar de um abraço e abraçá-la?
    (Gábi - continuo com dificuldades para comentar como redonda)

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    1. Agradeço muito o teu comentário. Porque será que o Blogger está a dificultar o comentário como Redonda?

      Olha, entretanto alguém fez queixa dela por fumar dentro de casa. Fuma e deixa as beatas em montes no chão.

      Aproveitando que descobri que a reputação dela não é tão imaculada assim aos olhos da agência e diante de mais uma transgressão contínua onde demonstra o seu egocentrismo e desconsideração pelos outros, escrevi um bilhete. Ela toma duche e deixa o chão cheio de poças com água. Também nega isto. Acusa o outro de ser responsável. Mesmo quando este não está. Anteontem ela deixa o chão cheio de água e eu percebi que tinha de mudar de tática. Adotar uma mais direta - mais na linguagem dela - para ver se entende a mensagem.

      Escrevi que tirei fotografias e que as ia enviar à agência (que nos aluga a casa e age como mediadora/senhorio) a reclamar se a pessoa que tomou banho "às 13.20 do dia 7.5.22 não mostrasse mais consideração".

      Isto a irritou. Porque já não podia dizer que foi outra pessoa. O rapaz ia ler e ia perceber que não foi ele. E se não foi ele nem eu, restava ela. E isso ela não admite. Não gosta que se comprove que o rasto conduz até ela.

      Retaliou com outro bilhete. Um patético: acusando-me de ser uma pessoa que faz bulling e uma ditadora. Ou seja: descreve-se a si mesma. Depois retorna a "ameaça" dizendo que vai enviar os meus recados à agencia.

      O que não sabe é que todos os meus recados já seguiram para a agência, pois eu não dou um passo radical sem comunicar que o fiz e a razão.

      O que fiz, por enquanto, já alterou alguma coisa. Ela está quieta (ou o melhor que consegue na sua fraca definição de quieta) e já esperou uns 5 minutos antes de se enfiar no WC depois de me ouvir sair deste. Mas é cobra à espera do momento certo para morder.

      Tomo algumas precauções em caso dela recorrer a difamações falsas. Uso o telemóvel para me filmar pela casa, não vá ela dizer que deixo o chão sujo, por exemplo, ou faço barulho. Porque ela sempre projecta os seus próprios defeitos em terceiros.

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