sábado, 22 de junho de 2019

Ajuda não é só necessária na juventude


As histórias nos livros relatam casos de muito infortúnio que com luta é revertido para sucesso. Como a história no livro que acabei de ler: a heroína uma menina de 11 anos. Que por ter tanto potencial, foi acolhida, amada e orientada na vida por estranhos que puderam ajudá-la a ser alguém.

Ainda bem para ela. Mas eu pergunto-me se existe alguém que se preocupe com o sofrimento de não-criancinhas. Estas crescem, viram adultos e continuam a sofrer! O que acontece a esse sofrimento? Extingue-se por si mesmo, torna-se invisível ou persiste, já que não foi cuidado?

Atualmente a pobreza não se encontra apenas onde vive quem anda com sapatos esburacados e roupas que parecem trapos. Isso já não basta para se tirarem conclusões sobre as necessidades de alguém. A modernidade esconde tão bem as necessidades. 

E pergunto-me quem estaria interessado em ajudar um cinquentão em maré de má sorte. Quem se preocupa quando o infortúnio continua pela vida a fora?  Fazendo da criança agora homem ou mulher ainda sujeito às mesmas infelicidades?

Nem sempre a dor e o desespero é fácil de detectar pelo mundo exterior. Tanta vez passam despercebidas porque quem as carrega não as aparenta ter. E porquê não somos todos sensíveis a esses sinais? E colocamos tanto ênfase no aparência exterior? Fomos impingidos com um retrato de extremos para detectar o sofrimento humano. Como se sem eles o sofrimento não existisse.

 Se na rua virmos alguém bem vestido e bem articulado, teremos sensibilidade para detectar se algo lhe pesa na alma? Fomos habituados a dar uma imagem ao desfavorecido. Este é aquele que se apresenta sujo, descuidado e tem um vocabulário vulgar. Se virmos alguém bem vestido e bem articulado, provavelmente muitos o invejariam... desejando ter a "sorte" daquela pessoa, possuir aqueles bens materiais, o seu sucesso, ter aquele aspecto fino. Mas como detectar quem na alma é feliz? 

Os paradigmas que nos foram impingidos para detectar o sofrimento humano não funcionam.
Termos perdido o hábito da prática religiosa parece ter prejudicado a sociedade, tendo realmente resultado naquilo que os padres apregoam: solidão, desespero.

Não por virarmos as costas a Deus, mas por a virarmos ao nosso semelhante.

A melhor contribuição da igreja para o bem da humanidade era passar esta mensagem.

3 comentários:

  1. Estamos num mundo egoísta em que cada um se preocupa apenas e só com o seu umbigo. É certo que há exceções. Mas não deixam de ser isso mesmo. Exceções.
    Abraço e bom Domingo

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    1. Preciso encontrar excepções Elvira.
      Bom domingo

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  2. Se eu mandasse neste país punha este texto "como leitura obrigatória" às muitas associações, Institutos de tudo e mais alguma coisa, patronato e políticos, Igreja Católica e todas as outras e sobretudo devido às baixas, a quem faz as ditas "juntas médicas" cujos avaliadores não sabem , melhor dizendo são máquinas de despachos completamente absurdos.

    Não posso mudar o mundo mas faço tudo que posso até onde chegam os meus braços e nunca por nunca vou pelas aparências.

    Beijocas e um bom dia

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