sexta-feira, 5 de agosto de 2016

È agora ou nunca...


Olho para as ruas da minha cidade e nada me entusiasma. Sobressaem aos sentidos a miséria, o abandono, a languidez... Os pombos nas esplanadas são um avistar deprimente. As pessoas que por ali se abancam têm rostos tristes. Deve-se de estar bem é no cemitério. 

Recebi uma resposta a uma candidatura de emprego. Informando-me de que a vaga já estava preenchida. Achei tão positivo alguém se dar ao trabalho de responder, que ganhei o dia com o gesto.

Infelizmente continuo a candidatar-me a poucas de cada vez... Não consigo enviar curriculos para 100 empresas e ver o que é que dá. Esta era aquela que me deixou mais entusiasmada, embora nesta fase já nada seja tão fascinante porque a ingenuidade já deu a volta ao mundo. Todo o empregador prefere um funcionário jovem e acabadinho de sair da universidade. Aos que têm filhos com esta idade, lembrem-nos sff que "é agora ou nunca". As probabilidades são o mais elevadas que poderiam vir a ser. Se bem que bem me lembro de ouvir a cantiga da "falta de experiência"...

E pronto. Deu-me para partilhar estes pensamentos aqui.

E só para terminar numa nota optimista - não vá acharem o post algo deprimente - estou com fezada. É hoje, é hoje! É hoje.

3 comentários:

  1. Se há situações que se contornam mais ou menos bem; se há alturas, apesar das dificuldades, em que "podemos com tudo"... Há aquelas coisas que são levadas duma breca.
    Acreditemos na "fezada" =)

    bj amg

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  2. A esperança é sempre a última a morrer. A vida não está fácil em lado nenhum, mas sem esperança as coisas também tornam-se mais difíceis. :)

    Por acaso das últimas vezes que estive em Portugal e na minha cidade (Alverca) constatei isso mesmo... uma espécie de vazio, um cinzentismo, ruas demasiado largas e com pouca gente (o que contrasta completamente com Macau). Um certo ar de nostalgia, acalmia, sossego e, porque não?, uma boa dose de conformismo com a realidade. Ainda assim, adoro estar Portugal e sinto a falta de tanta coisa daí, para além do óbvio, é claro... Lá para o final do ano estarei novamente aí, desta vez para ficar cinco semanas! :)

    Se Portugal aprendesse um pouquinho com os outros e soubesse que a idade é um posto, as coisas estariam bem melhores. Isso de quererem jovens, recém-licenciados mas já com uns cinco anos de experiência comprovada em empresas de renome (ironia) é exagerar um bocadinho...

    Beijinhos e boa sorte!

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    1. Entendo o que mencionas, mesmo estando cá. Ontem enquanto passava pelos sítios do costume, observando esse "cizentismo", percebi que para o quebrar devia era sair do país. De fora saberia voltar a saborear o que de bom está cá dentro. Mas cá dentro não dá para fincar pé e ser diferente: já faço parte dele. Desse cinzentismo e do conformismo com a realidade, que quase nos é enfiado goela abaixo. Portugal é maravilhoso, já se sabe. Mas tem coisas que... travam a pessoa, ao invés de as animar e deixar felizes. Todo o Portugal é um Grande Alentejo - pelo que constato cada vez que me afasto dos «meus domínios». Somos um povo realmente triste, de fado. A euforia e sorrisos da vitória no futebol já se apagou.

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