sábado, 3 de outubro de 2015

Um pouquinho de esclarecimento cívico... Ide votar! ou Ide votar.?


Vim avisar aos que possam se sentir com vontade de me dizer para ir votar que o direito ao VOTO é um DEVER que exerço desde os 18 anos e não somente desde que este governo (no qual não votei) assumiu o poder ou a partir do momento em que senti que tudo estava a ir para o cano.


Votei em Presidênciais, em Legislativas, em Autárquicas, em Europeiasem Regionais e em referendos. Em 1998 votei «sim» no referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez, na qual existiu 68,11% de abstenções. Meses depois votei no referendo sobre as regiões administrativas, que teve uma taxa de abstenção de 51,88%. Gostaria de ter votado também no referendo sobre a doação de órgãos presumida (a partir do nascimento), mas esse assunto nunca foi trazido a debate ou referendo e passou de imediato a lei em 1993. Não consigo recordar se, volvidos quase 10 anos, em 2007 voltei às urnas para repetir o voto em mais um referendo sobre o aborto. Penso que o fiz, pois tenho uma ligeira impressão de sentir estranheza pela repetição da situação. Mas se não o fiz, foi apenas uma das duas ocasiões em que tal não me foi possível. De 1998 para 2007 a mentalidade sobre a interrupção da gravidez evoluiu mas a abstenção nem por isso: ficou nos 56,53%. Nenhum destes referendos foi vínculativo, porque o povo na sua grande maioria se absteve de exercer o seu direito de voto e assim manifestar-se de forma ímpar na democracia portuguesa.



Meus falecidos avós foram pessoas simples, de poucos estudos e mal sabiam escrever, mas exerciam religiosamente o seu direito e dever de voto, com uma consciência cívica de levar vergonha aos que durante todos estes anos têm preferido fazer compras de supermercado enquanto se decide quem vai comandar o país.




Queria recordar todos os que nos últimos governos não foram às urnas, que se a minha vida está mais difícil, assim como as vossas, muito se deve a isso. Parte da responsabilidade é vossa, dos que se abstêm, foram preguiçosos e não quiserem dispor de 5 minutos ou sair sobre chuva e ventania para fazer uma cruzinha num papel, preferindo prescindir de um dever ganho a pulso em todas as democracias, para ir passear ou ficar em casa a ver televisão.

Portanto, VOTEM!
Mas não venham agora com lições sobre o funcionamento da democracia e cheios de moral, lol.


4 comentários:

  1. Eu cá, não conto para a abstenção... Eu gosto de decidir :)

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    1. Presumo que te foi favorável o voto. Ou estou totalmente errada? :D

      A abstenção e a falta de convicção serão sempre favoráveis aos fanáticos. Temo que muitos continuam a olhar cores partidárias como quem olha as cores de um clube de futebol. E decidem por uma questão cromática. Os que não são assim, espalham seus votos. Quem vê cores, concentra-os. E assim descobre-se qual partido tem mais fanáticos, lol

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  2. O voto, mais que um DEVER, é um DIREITO, que foi conquistado, pois durante anos foi negado! Eu falhei apenas umas eleições porque estava a estudar em Madrid, numa época em que não havia nada low-cost. De resto, eu vou sempre votar!

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    1. Estamos na mesma página, Gata.
      Na mesma página.
      Mesmo desapontadas, desiludidas, sem grandes esperanças, o voto não é algo para «este ou aquele». É algo nosso. E como tal, não prescindimos dele :D Tal como bem lembraste, durante séculos negado às mulheres e arduamente conquistado. É até sacrilégio desperdiçar por preguiça um tal direito conquistado.

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