sábado, 25 de janeiro de 2014

Termos de responsabilidade

A propósito da reportagem de investigação da TVI em que dão conta que as vítimas de afogamento na praia do Meco, os estudantes, haviam assinado um TERMO DE RESPONSABILIDADE onde tomam para si a responsabilidade de quaisquer danos à sua pessoa. 

Ainda ontem assinei um documento que dava totais "poderes" à entidade para investigar cada informação por mim facultada. E não colocam um PRAZO de validade ou "para efeitos de...". Tanto quanto sei, aquele documento permite-lhes averiguar o meu historial até daqui a 10 anos, se lhes apetecer. 

Lembro de o ter assinado sentindo um tanto de incómodo com aquela imposição. Mas nao tinha escolha. Ou assinava ou não me validavam a candidatura. 

Sou muito "avessa" em transmitir dados pessoais. Quem me garante que os vão tratar com respeito e privacidade? Ter de facultar a NIF a desconhecidos é algo que não me faz sentir à vontade. Não é coincidência o facto da quantidade de emails com promoções de serviços, telefonemas e publicidades surjam em maior quantidade quando preenchemos fichas de candidaturas ou de concursos. Onde fica a CONFIDENCIALIDADE? 

Simplesmente não me sinto confortável. Podem me perguntar o nome, a idade, mas quando querem saber tudo ao pormenor é aí que sinto alguma relutância. Mas faculto. Que remédio tenho eu? E quando nos pedem para assinar um termo de responsabilidade como aquele, quantos de nós não assina?


A verdade é que se um tipo me der um tiro e eu tiver assinado aquele estúpido documento, a responsabilidade é minha! É como quando vamos viajar e pedem-nos para assinar um termo de responsabilidade contra «quaisquer danos». Mas por acaso se alguém me fizer um dano sem ser eu responsável pelo mesmo, tenho de ficar como se fosse por causa do papel? Uma coisa é eu tropeçar e cair, outra é me darem um encontrão, percebem? Tropeçar num buraco inconveniente no passeio público e partir a clavícula não é o mesmo que tropeçar por casualidade. A César o que é de César!

Discordo deste género de papéis. As pessoas que os criam devem colocar um prazo e em que condições é que essa invasão de privacidade ou esse descartar de responsabilidades é válida. Ou seja: aqueles estudantes que assinaram em 2012 aquele termo de responsabilidade, durante todo o seu tempo como universitários, o que costuma durar de 3 a 5 anos, se lhes acontecesse alguma coisa, por terem assinado aquele papel, ninguém mais tem qualquer responsabilidade por algum mal que lhes aconteça. Nem a faculdade, nem um colega, nada. 



1 comentário:

  1. Sobre essa parte da história mal contada do Meco não sabia, mas acho inacreditável tal coisa...que alguém o proponha e alguém o assine...aliás também detesto todo o tipo de declarações no género.
    Passei para retribuir a visita mas gostei e vou ficar a seguir.
    Bjs
    Maria

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