domingo, 15 de março de 2009

Rápidos a condenar

A notícia do pai que esqueceu o bebé de 10 meses no carro, que acabou por morrer com o calor, tocou-me o coração. Sinto muito por ele. Sinto compaixão.
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Também sinto incómodo, ao perceber que o primeiro som pronunciado por uma quantidade razoável de gente foi o de condenação. E não o de compaixão! Acharam-no culpado, criminoso, imperdoável. Deus nosso! Como está este homem a se sentir agora?? Será que não sabem que o esquecimento acontece? As pessoas são demasiado rápidas a condenar.
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Percebo que a sociedade portuguesa está de costas viradas para esta realidade. Como um factor novo resultante da sociedade acelerada em que vivemos. Mas esquecer uma criança é tão natural, como esquecer outra coisa qualquer. Já aconteceu antes. Lembro de ter tido este mesmo tipo de sentimento numa reportagem televisiva que focou um caso idêntico. Esquecer algo, mesmo um filho, é natural. Tudo depende do que nos ocupa a cabeça. E uma reunião importante para o qual já se vai atrasado, o receio de vir a ser demitido e perder o sustento para o filho, problemas monetários ou com o parceiro, são coisas que muitas vezes nos atormentam o pensamento, mesmo que não o desejemos e, acabam por nos fazer esquecer coisas.

Ás vezes são esquecidas crianças nos parques de estacionamento dos supermercados, na praia, na rua... mas como alguém acha e devolve, não tem problema. Esquecer num carro fechado é só o local menos desejável. O azar foi tanto que, no meio de dias de chuva e frio, foi acontecer no dia de sol e calor. E às vesperas do dia do pai! Coitado...
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Há crianças maltratadas pela família, abusadas e agredidas, tanto fisica como psicológicamente para essas, parece que as vozes são menos rápidas a condenar quem a tal existência as submete. Este anjinho deve ter tido uma passagem tranquila para a outra dimensão. E está, neste instante, a enviar paz e amor para os pais. Boas vibrações, às quais se juntam as minhas.
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É um fenómeno isolado mas infelizmente, não é um fenómeno incomum pelo mundo. No Japão, segundo percebi por um blog que encontrei ao acaso, criou-se uma campanha "anti-esquecimento". Os Japoneses não brincam com coisas sérias e, ao reconhecer um novo problema social, sabem agir para prevenir.
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Entenda melhor o que se passa na seguinte pesquisa:

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