sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Antigas amizades (encontrar)

Não sei o que me deu mas lembrei-me de uma pessoa com quem privei na infância e nunca mais soube nada dela. E o que me lembrei? De colocar o seu nome na barra de pesquisas do facebook, pois o nome completo foi uma daquelas coisas que ficou na memória, vai-se saber lá porquê. 

Claro, não encontrei nada. Nem esperava encontrar. E se encontrasse, nada ia fazer. Mas isso fez-me reflectir na quantidade de pessoas com quem nos cruzamos na vida. Algumas até são recentes. E aí pensei: "porque será que as pessoas gostam de procurar e serem encontradas pelo facebook?"

É que não mudei de endereço. Nem de número de telemóvel. E o meu email basicamente continuou a ser o mesmo por muitos e muitos anos. De modo que, a meu ver, continuo tão contactável e localizavel quanto sempre. Se alguém num ímpeto de saudosismo quiser saber como ando, basta discar o velho número. 

No entanto, quase que arrisco afirmar sem muitas dúvidas que existindo essa possibilidade e o facebook, a maioria das pessoas se sentiria intimidada com o imediatismo do telefone e tentaria primeiro o anonimato do facebook. Com sorte, se encontrar quem pretende, consegue "espreitar" a sua vida sem se fazer notar. Sem estar presente. Descobre de imediato se está casado/a, como é a vida familiar, o que anda a fazer e até a sua aparência, graças às fotografias. Voyerismo?


Bom, no caso da pessoa que me veio à lembrança, nada descobri nem poderia. A curiosidade dita apenas o querer saber se está bem, se está viva, se tem uma vida minimamente agradável e feliz. O resto não me desperta muito interesse. Não quero saber se está melhor ou pior que eu, se envelheceu melhor ou pior, se tem mais posses ou se tem uma profissão mais invejável. Tudo isso que eu sei importar para tanta gente, a mim não interessa. Mas naquela altura nem existiam telemóveis, quanto mais números. Foi uma breve amizade perdida para sempre. É assim a vida.  

8 comentários:

  1. Pois é. E também já me ocorreu fazer o mesmo com uma amizade perdida mas tal como tu nãodescobri nada. Existem pessoas que ainda se mantem longe do facebook.

    bjs

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    1. É eu sei. Sou uma delas. Uso-o para diversão e mais nada. Não tenho fotos e identifico-me sem dados dar :)

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  2. eu encerrei a minha conta de facebook acho que as pessoas fizeram um mau uso da rede e transformaram-na numa coisa onde as pessoas apesar de quererem ser encontradas passam muito tempo a tentar esconder-se para se proteger...

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    1. Tétisq, eu discordo. Acho que é exatamente o oposto. As pessoas que não passam sem o facebook aderem para se exporem, para receber elogios, comentários... améns!

      São viciadas porque ali podem ser muito mais do que aquilo que realmente são. Ali têm os seus momentos de fama, os seus seguidores, como se fossem rock stars!

      Às de reparar. Porque eu já cheguei a esta conclusão e ainda agorinha ia para vir aqui escrever um post sobre isso mas aproveito e desabafo neste comentário.

      Quem é muito adepto do facebook normalmente faz-se passar por mais do que aquilo que é. Quem não sente necessidade disso normalmente não tem o vício do facebook.

      O Facebook permite o estrelato, a bajulação, a vaidade, a falsidade... e a mentira!

      É natural que alguns sejam viciados. Mas valei-nos aqueles que não são!

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  3. Olha que nunca se sabe: no último anos reencontrei 2 amigas - sim, via facebook!!! - com quem não falava há 20 e mais anos. E retomámos mesmo a amizade. Mas há muita gente de quem perdi mesmo o rasto (e até prefiro...).

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    1. Por acaso a primeira experiência que tive na internet foi um comentário cujo link levou-me a um perfil no facebook. Calhou esse perfil ser de alguém que jamais quero voltar a ver ou sequer me agrada que me localize. Portanto, podes entender que por aqui não tenho motivações para ser adepta da rede...

      Esse teu caso são os exemplos felizes :) Os que evoquei no texto, mas mais difíceis de acontecer. As amizades têm de ser sólidas e puras. Se forem, o mais certo é o reencontro (:

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  4. É engraçado quando dizes " É que não mudei de endereço. Nem de número de telemóvel. E o meu email basicamente continuou a ser o mesmo por muitos e muitos anos"

    É estranho quando penso nisso, será que essas pessoas também gostariam de te encontrar mas têm receio de o fazer por telefone ou e-mail?

    Estamos a viver uma época muito estranha. Como é que vamos olhar para isto , por exemplo daqui a 10 anos?? :O

    Eu não sei, mas estou curiosa!
    Saudações alienígenas ;)

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    1. Saudações!
      Tem o outro lado também: uns não querem te encontrar pelas vias mais "tradicionais" e outros não querem te encontrar de todo ahah!

      Mas esses dispensam-se, pelo que a perda é nula :D
      Daqui a 10 anos tudo continuará igual, a comunicação é que vai ser feita de forma cada vez mais diferente. Quem sabe seja tudo táctil e finalmente projectado??

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